A leucemia é um câncer maligno, de origem desconhecida, que começa na medula óssea, onde as células sanguíneas são produzidas. Elas sofrem uma mutação genética que as transformam em células cancerosas, com funcionamento inadequado e multiplicação rápida e maior do que as células normais. A seguir, vamos saber mais sobre a doença, como é feito seu diagnóstico e tratamento.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2022, estima-se que serão diagnosticados mais de 10 mil casos novos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres, no Brasil.
Atualmente, a doença ocupa a 9ª posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres. Quando a suspeita de um quadro de leucemia é muito grande, o primeiro passo é a realização de exames de sangue, seguidos de avaliação médica específica.
O hemograma é considerado o exame mais importante para a confirmação da suspeita de câncer.
Nos casos positivos de leucemia, o resultado do hemograma apresenta alterações na contagem de plaquetas e valores dos glóbulos brancos e vermelhos. No entanto, outras análises laboratoriais como exames de bioquímica e coagulação devem ser realizados para confirmar tal alteração.
A confirmação diagnóstica da leucemia é feita com o exame da medula óssea, o mielograma.
Em alguns casos, ainda é necessária a realização da biópsia da medula óssea, onde um fragmento do osso da bacia é retirado e enviado para a análise de um patologista.
Ainda não se sabe ao certo quais são as causas ou fatores de risco responsáveis pela leucemia, por isso não existem formas de se prevenir a doença.
A leucemia é patologicamente dividida em dois estágios, de acordo com a velocidade com a qual a doença evolui. São eles:
Leucemia aguda – caracterizada pelo crescimento rápido e em um curto intervalo de tempo das células imaturas do sangue – as células leucêmicas;
Leucemia crônica – caracterizada pelo aumento de células maduras na medula óssea e no sangue periférico. Na maioria dos casos, tem evolução lenta, mas é resistente à ação da quimioterapia, o que reduz as chances de cura.
De acordo com o INCA, existem mais de 12 tipos de leucemia, mas 4 deles são considerados como primários e se dividem em 2 grupos de leucócitos, que são:
Leucemia Linfoide – tem comprometimento da linhagem linfoide e engloba a Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e a Leucemia Linfoide Crônica (LLC);
Leucemia Mieloide – tem comprometimento da linhagem mieloide e engloba a Leucemia Mieloide Aguda (LMA) e a Leucemia Mieloide Crônica (LMC).
Vamos saber mais sobre cada um desses 4 tipos de leucemia. As definições são do Instituto de Oncologia.
Esse tipo de leucemia também é conhecido como Leucemia Linfoblástica Aguda e é um câncer dos leucócitos caracterizado pela produção maligna de linfócitos imaturos (linfoblastos) na medula óssea.
Na maioria dos casos, a Leucemia Linfoide Aguda invade o sangue com razoável rapidez e pode se disseminar para outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos, fígado, baço, Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal) e testículos, no caso dos homens.
Também conhecida como Leucemia Linfoblástica Crônica, é um câncer dos linfócitos e é o tipo mais comum de leucemia em adultos.
Na LLC, as células leucêmicas geralmente se acumulam lentamente e muitos pacientes não apresentam sintomas da doença durante anos.
Mas, com o tempo, as células aumentam em número e se espalham para outras partes do corpo, como linfonodos, fígado e baço.
Esse tipo da doença também é conhecido como Leucemia Mieloblástica Aguda, que é um câncer que se inicia na medula óssea e invade o sangue periférico.
Pode, às vezes, espalhar-se para outras partes do corpo, incluindo linfonodos, fígado, baço, Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal) e testículos, no caso dos homens.
Na maioria das vezes, desenvolve-se a partir das células que se transformam em células brancas do sangue (outras que não os linfócitos).
Mas, às vezes, a Leucemia Mieloide Aguda se desenvolve em outros tipos de células formadoras do sangue.
É também conhecida como Leucemia Mieloblástica Crônica, que é um câncer que se inicia com o desenvolvimento da medula óssea – portanto, não está presente no momento do nascimento – e invade o sangue periférico.
Na Leucemia Mieloide Crônica, ocorre uma alteração genética numa versão imatura das células mieloides: as células que produzem os glóbulos vermelhos, plaquetas e a maioria dos tipos de células brancas do sangue.
Essa alteração forma um gene anormal denominado BCR-ABL, que transforma as células normais em células de Leucemia Mieloide Crônica.
As células leucêmicas crescem e se dividem, acumulando-se na medula óssea e se espalhando para o sangue. Com o tempo, essas células podem se instalar em outras partes do corpo, como o baço.
A maioria dos casos de LMC acomete adultos, mas, muito raramente, também pode ocorrer em crianças.
Os principais sintomas da leucemia acontecem devido ao acúmulo de células anormais na medula óssea, o que prejudica ou impede a produção de células sanguíneas normais.
A leucemia pode provocar a redução dos glóbulos brancos, resultando na baixa imunidade e deixando o organismo sujeito a muitas infecções – em sua maioria, graves ou recorrentes.
Quando há a redução dos glóbulos vermelhos, instala-se um quadro de anemia, com sintomas como:
A diminuição das plaquetas provoca sangramentos, principalmente nas gengivas e nariz, além de manchas roxas e/ou pontos roxos na pele.
Ainda é possível surgirem sintomas como:
Nos casos em que a leucemia afeta o Sistema Nervoso Central, o organismo se manifesta com os seguintes sintomas:
O diagnóstico precoce é uma das melhores estratégias para identificar o tumor ainda na fase inicial. Isso faz toda a diferença para aumentar as chances de cura por meio de tratamentos.
Existem várias formas de se realizar a detecção precoce do problema.
A principal delas é a investigação por meio de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos em pessoas que já apresentam sinais ou sintomas que indicam a leucemia.
Os principais pontos que devem ser analisados antes de submeter a pessoa a exames mais específicos são:
Geralmente, esses sintomas não são causados pelo câncer, mas é importante que sejam investigados por um médico especialista para que a hipótese de leucemia seja descartada ou não.
Além disso, são feitos exames específicos para a detecção precisa da leucemia.
Caso seja confirmado o diagnóstico de leucemia, o início do tratamento deve ser imediato.
Todo o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a produzir células normais. O processo varia conforme o tipo de leucemia.
No caso das Leucemias Agudas, o tratamento envolve quimioterapia, com combinações de quimioterápicos.
O objetivo é realizar o controle das complicações infecciosas e hemorrágicas, e prevenção ou combate da doença no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea.
A primeira etapa do tratamento com quimioterapia é voltada para poliquimioterapia, cuja finalidade é alcançar um estado de remissão completa, ou seja, sem sinais ou sintomas de leucemia após o tratamento.
As etapas seguintes variam conforme o tipo de célula afetada pela leucemia.
Nas células linfoides, pode durar mais de dois anos e, nas células mieloides, a durabilidade é menor que um ano – exceto nos casos de Leucemia Promielocítica Aguda (um subtipo da Leucemia Mieloide Aguda), que também dura mais de 2 anos.
Existem, ainda, diferentes fases no tratamento quimioterápico. A de indução de remissão envolve a quimioterapia intensa para reduzir sintomas provocados pela leucemia, assim como a própria doença.
Já a fase de consolidação se refere a um tratamento intensivo com quimioterápicos não empregados anteriormente. E, na manutenção, o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses.
https://www.hermespardini.com.br/blog/?p=724#:~:text=A%20confirma%C3%A7%C3%A3o%20diagn%C3%B3stica%20da%20leucemia,a%20an%C3%A1lise%20de%20um%20patologista.